E começou tudo outra vez ...
Renovou-se guarda-roupas, aparências, teorias. Chuveu palavras obliteradas pela razão, mas ditas com tanto entusiasmo que parecem ter poderes sobrenaturais.
Renovou-se esperanças...
Atitudes fantasmagóricas foram realizadas no intuito de que o futuro seja melhor do que o passado. Inutilmente!
Grande baboseira dos seres humanos. Se eu fosse a natureza, riria desses tolos que acham que trevos e palmas irão mudar suas sortes.
Acreditam em cavalos brancos, castelos e bruxas.
Renovam decorações, mas se esquecem do caráter. A capa pode ser bonita, mas não significa que o livro é bom. Aparências não mudam e nem resgatam índoles.
Pobres desses mortais. Esquecem de agradecer por terem rompido, e só lembram de pedir, pedir, pedir.
Mais um ano chega. E a cara do nosso país? Será a mesma?
Cara de gente envergonhada pela miséria e pela corrupção.
Enquanto uns escondem propinas, outros desfalecem em escombros de barracos.
Não é a toa que um dia fizeram a pergunta: “Que país é esse?”
Alguém ousa responder? Alguém ousa se responsabilizar por esse caos urbano?
Acho que poucos. Não por não quererem, mas por não serem capacitados.
O cinismo é melhor amigo do desconhecimento.
Enquanto não aperfeiçoarem a pintura do quadro, nunca seremos “Da Vinci”.
A verdade é que mais um ano chegou. E novamente se repetirá o mesmo enredo de todos os anos. Era disco, hoje é cd, futuramente será uma outra espécie de geringonça tecnológica, mas e a canção? Será a mesma. Decorada de có e reproduzida por todos.
Preocupam-se com o desmatamento das florestas, mas não enxergam o desmatamento das almas.
Meu medo é que a história se repita e eu me acostume a viver em um mundo em que o conformismo impera não como regime democrático, mas como um governo absolutista.
E pra sair do protocolo, hoje eu não desejo um feliz ano novo. Que se danem os anos.
Eu desejo um feliz caráter novo. Uma feliz visão nova. Um feliz sentimento humanitário novo... E quanto a Terra? Ah, eu acho se ela pudesse, pediria de presente brinquedos novos. Humanos novos. Talvez ela já esteja entediada com a monotonia, mas continua a desempenhar seu papel com louvor. Cabe a nós desempenhar o nosso. Enchê-la de aromas novos. Atitudes novas. Atrações novas. Cabe a nós fazê-la SORRIR.
De: Naat Viana
2 comentários:
Seu blog tá lindo!parabens..
Muito obrigado! Volte sempre.
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