CRESÇA E (RE) APAREÇA...

Eu tenho andado meio assim. Perco o ritmo da dança, o tempo da música. Danço samba em plena valsa. Vazia, em meio a um labirinto repleto de zigue-zagues, me encontro perdida. Tudo conspira a favor do que é contrário.

Hoje, só pra variar eu acordei te odiando. Comprei um violão só pra ver se te esqueço. Perambulo pela casa como se meus passos fossem furar o chão. Tolice minha! Dentro do meu peito cabe um gigante do seu tamanho.

Eu não sei como você não sabe que eu te amo. Eu transpareço amores. Sou constituída do vício da sua presença mas você me nega, renega.

Ao longo dos seus vinte e poucos anos, sinto que você renasce todo dia. E não cresce. E leva a sério o sonho de ser uma eterna criança, ingênua demais pra entender quanto custa um sentimento.

Me desordena da sua rotina, me tira do seu calendário e do seu futuro e o mais engraçado é você achar que me ofende me excluindo da sua vitória. Não sabe você que nada no mundo me tira a vaidade de ter feito parte da sua luta. E aí todos me dizem pra desistir de você. Sorte sua eu achar que você vale a pena.

Sabe, eu ainda acho que toda criança cresce, todo amor amadurece e tudo que é pra ser, arde em vigor. Agora eu te deixo ir, pra salvar a mim mesma mas espero a sua volta. 

E talvez, daqui há dez anos ou mais, a gente se reencontre e você esteja pronto pra ser o homem da minha vida. Mas hoje você é ainda muito menino. Ainda te falta o amadurecer. 

"Não pense jamais que o fato de eu nunca tocar seu nome seja por descaso. É que dói lento, contrapondo sua partida, rápida e cedo demais." [Gabito Nunes]