sexta-feira, 15 de julho de 2011

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A ESPERA. O SILÊNCIO...


Depois de 30.240 segundos, você me resolve aparecer. Sei exatamente quanto tempo passou porque usei a sua ausência como pauta pra escrever o meu discurso. Carregado de revolta.
Pensei jargões, ensaiei no espelho a entonação da voz, os gestos. Ensaiei as lágrimas.
E depois dessas 504 horas, você me vem com essa cara lavada. E linda. Com uma alegria invejável. Um sorriso daqueles tão doce que ninguém ousaria tirar do rosto de uma criança. E me enganou. Camuflou a minha raiva embaixo da inércia.
E depois de 21 dias você me aparece. Pra deixar subentendido.
E ficou mais ou menos assim. Nós dois. Sentados na sala escura, ao som de Caetano. Aposto que ele nunca cantou "sozinho" tão acompanhado. 
Mais uma vez calei. Parece que será sempre esse o desfecho das noites que encerram a minha angústia.
E depois de "não sei quantos" dias você me chega e ficamos ali. Nós três. No sofá onde só cabiam dois. Eu, você e o silêncio de um coração. Do meu coração.


3 comentários:

Isabelle disse...

Nossa cada vez mais surpreendente! Muito bom mesmo, isso que é poesia.
=)

naat viana disse...

Você é suspeita mas eu vou agradecer assim mesmo rsrs =D

Yohana Sanfer disse...

eu sou suspeita tb? Pq tb acho q seus textos estao cada vez mais surpreendentes...o jogo das palavras e intenções...surpresas nas linhas...essa "Aposto que ele nunca cantou "sozinho" tão acompanhado."
foi genial!!!
bjs Nat! E obrigada por seeus comentários tb...viu minha história do nome, bem curiosa não é?!rs...