terça-feira, 4 de outubro de 2011

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O AMOR MUDO...

A nossa história nunca foi injusta. Sempre me proporcionou a cena perfeita pra eu dizer o meu texto decorado fielmente. Teve aquela vez em que pegamos um ônibus qualquer e fomos pra um lugar desconhecido. Encontramos uma praia, passamos a tarde inteira ali. Eu podia ter dito que te amava mas não fiz.
E quando você ligava ou vice-versa. Passávamos rápidas cinco horas tagarelando e nada. Eu simplesmente omitia o fato de que eu amava intensa e profundamente tudo que fazia referência a você.

Quando você desapareceu, eu sai gritando aos quatro ventos um amor platônico, e mandei até recado. Eu podia ter feito disso o motivo da sua permanência e não do seu retorno. Do retorno que nunca existiu. A ausência das palavras de amor acarretaram na ausência do meu querido amor e eu não o culpo. Eu ainda tenho essa mania feia de só dizer as coisas na hora da saída. Parece que não aprendi a lição.
Eu não disse que te amo hoje. Pois é. Eu não.
Sempre calei a boca e só te olhava com aqueles olhos de "te-quero-muito". O problema é que você tinha mais o que fazer do que ficar tentando ler as pupilas de uma apaixonada com problemas nas cordas vocais. Por que cargas d'águas eu achava que você entenderia? Ah! Já sei. É porque em muitos romances eu li que "um olhar fala mais que mil palavras". Baboseira! Os olhos até falam mas sua voz é muda e amor quando é grande demais, não se contenta em ser apenas sussurrado. 



"O amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó, já deixou de ser laço”


Citação Mário Quintana

2 comentários:

Hiago disse...

"Espírito não-falido"

Pobre coitado... Um mero mortal, com um coração que o faz sofrer, um pobre diabo cuja forma criada em sofrimentos, fracassos e remorsos. Vida feliz, mas sem paixão, vida feliz, mas ainda existe uma escuridão no peito.
Coisas assim, só a coragem cura, mas a coragem exige luta, a coragem exige o jogo e a forma de jogar.
Fui eu mesmo que me amaldiçoei, o próprio que jamais teve a coragem de dizer um mero "gosto de você", pois antes todas os amores se voltaram contra você, todas as dores vieram no seu peito. Risos, deboches, piadas, tudo relacionado a o seu bem mais precioso. O seu Coração. No entanto, existe uma estranha chama, uma luz no lugar errado talvez, mas ela está lá, e esta, esta não se apaga, pois a vida continua, e a desistência não é opção.
Meu nome é Hiago Rebello, e este é o meu peito!
(Achei esse poema meio deprimente, embora seja sobre mim mesmo, e eu não sou deprimente assim, escolhi pegar a parte que mais me machucou até hoje, e visar nela, todavia, não esqueci do bem que eu tenho, assim como todo mundo, no meu peito, e de destacar, como forma mais importante, a minha esperança de preencher o coração e eliminar a dor, daí vem a ideia de esperança.

Naat creio que seu poema foi marcante, pois me identifiquei com ele, por isso escrevi um aqui sobre mim, pois também tenho uma dificuldade enorme de dizer: "te amo" para alguém. O poema não é previsível, a ideia de só dizer que ama no final foi ótima, e ao mesmo tempo trágica e delirante, pois ela ainda não apreendeu a lição devida. Parabéns minha cara poeta!

Yohana Sanfer disse...

Sempre com estes desfechos lindissimos...sabe Nat, desconfio que "o amor fala por nós!"