Sou pessoa de deslumbre em excesso diante da grandeza que meus semelhantes carregam dentro de sua pequinês.
Gosto do desacerbado, gosto do deliberado.
Lacrimejo ao ouvir tons de desapego. Me desespero ao bater de frente com os pontos finais.
Afinal, para quê eles existem? Tudo na vida - inclusive a própria - não poderia ser duradouro, extenso, quem sabe eternos?
Eu sou daquelas que choram depois que há partida. Sou forte e exageradamente compreensiva até que me virem as costas.
Não gosto do abandono. Não gosto do gosto ruim que ele, deixa na boca.
Não sou chegada a pontos finais, antes, prefiro as virgulas e as reticências.
Prezo muito às aspas - abertas - que indicam que serei descrita fielmente como sou, não sendo portanto delimitada, ou até mesmo tendo minhas atitudes - milimétricamente calculadas - vítimas de boicotes.
Ontem, o dia que amanheceu em mim era escuro e nebuloso, preferi então,não me tirar de dentro de mim para não escrever linhas pesadas de pura nostalgia barata. Ontem era cedo pra poetizar. Fui descaradamente pusilânime.
Hoje, a melancolia me deu um descanso, e imagine você, sem toda aquela contumácia de sempre. Hoje eu poetizei, mas já é tarde. O encanto acabou!
As bodas de sei-lá-o-quê resvalaram-se e eu acabei tendo que provar o sabor amargo da despedida que tanto temi.
Mas eu sou impossível. De tudo que a vida me propõe, eu tenho que tirar um mínimo proveito nem que este seja bizarro. Eu aprendi que tudo na vida vive em constante movimento. Aquilo que se vai está em movimento, então o que fica também precisa movimentar-se, seja por cautela, seja por sobrevivência, seja por obrigação. A vida não pausa para ser compreendida e quando ela pára, é sinal que já é tarde demais pra tentar compreender.
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