E VOCÊ ERRADO É O MEU TIPO CERTO...

 

Eu.

Sempre me julguei ingrata. O que todos os outros fizeram de errado afinal? Acho que exageravam no sentir. Bajulações e excesso de cuidado nunca foi o meu forte.

Aí, vinham os desinformados com buquês de rosas e coração na mão. Confesso que ver aqueles corações pulsando na bandeja me causavam desespero. Como se entrega assim tão fácil aquilo que é só seu? Nunca aceitei muito bem essa ideia de coração coletivo. E eu sempre lhes dizia: rapaz, cuide melhor do que é seu. E eu partia. Eu não podia conviver com alguém que abria mão tão naturalmente de si mesmo.

Mas aí chegou você.

Todo composto de incerteza. Pra dividir uma história em antes e depois. Você sabe o quanto eu já te chinguei por isso?

A interrogação pra mim é uma exclamação retorcida. A dúvida nada mais é do que uma certeza que não foi bem aceita. E você é todo assim. Aquele tipo de bad boy todo errado que papai reprovaria sem pestanejar. Gosta de rock, de coisas esquisitas, e desconfio até que gosta de mim. Faz tudo às avessas. Não me liga no dia seguinte, não fala em amor, esconde esse coração trancado à sete chaves e me deixa a ponto de explodir com essas suas variações, mas pra falar a verdade eu adoro. Tão intenso e tão superficial. Tudo ao mesmo tempo. Dizem que gosto não se discute, então ninguém pode me julgar por gostar de você.

Na verdade já estava escrito. Eu sabia que você viria mesmo sem te conhecer. Eu sempre soube que eu amaria para sempre aquele que me fizesse amar primeiro, antes de amar a mim.